Resenha: Livro "Desventuras em Série - Mau Começo"

Quando estava estudando eu acabava lendo muita revista ou capítulos de livros de moda que iam cair na próxima prova, mas quando eu terminei o curso, ganhei mais tempo para ler livros seculares, e desde então antes de terminar um livro, eu já procuro a próxima leitura pra nunca perder o hábito de ler. Eu não tenho preguiça de ler, tenho preguiça de iniciar a leitura, depois que começo o primeiro capítulo eu praticamente "devoro" o livro e termino rapidinho. Decidi fazer resenhas de livros no blog pra ajuda-las a escolher suas leituras e também para me motivar a não perder esse hábito.
Eu ia resenhar "Água Para Elefantes" que foi um livro que terminei de ler a pouco tempo também, mas sinceramente eu não tenho uma opinião formada sobre ele. Triste. Então resolvi falar sobre o "Desventuras em Série".
Eu havia terminado "Água para Elefantes" e precisava encontrar algo bom para ler, de preferência que não fosse romance, e eu também não queria nada que estivesse na mídia e que muita gente estivesse lendo como "Jogos Vorazes" ou "Percy Jackson" (não falei que não gosto dessas sagas, apenas que não queria ler esses livros - se não os fans me lixam na rua ), então, fui numa livraria e eis que encontrei na última prateleira perto do chão um livrinho franzino infanto juvenil. Sabe aquela cena de um filhotinho de cachorro na vitrine de um Pet Shop com aqueles olhinhos de coitado pedindo pra ser levado pra casa? Então, esse foi o meu momento com o "Desventuras em Série". O bom dessa resenha é que não tem como eu dar spoiler, já que a saga tem treze livros e eu só li o primeiro (por enquanto).

"Desventuras em Série - Mau Começo" é o primeiro livro sobre a história dos irmãos Baudelaire, logo depois de perderem seus pais em um misterioso incêndio. Por serem órfãos a guarda dos irmãos passa para as mãos do Conde Olaf, um homem mau que tem como objetivo apenas ficar com a fortuna  dos Baudelaire. Os irmãos tem características muito distintas que os ajudam em vários aspectos durante suas desventuras e infelicidades. Violet, a irmã mais velha, tem quatorze anos e gosta de inventar e mexer com mecânica, quando está prestes a construir algo amarra os cabelos, sinal que Klaus já entende, este ama livros, já passou noites em claro conhecendo sobre vários assuntos na antiga biblioteca de seus pais e é muito fácil para ele se lembrar de algo que leu quando é preciso. Sunny ainda é um bebê, tem apenas quatro dentes mas pode morder qualquer coisa, talvez isso seja um dom.

Existe o filme do livro de Lemony Snicket. O filme mostra de resumo o que acontece nos três primeiros livros da saga, mas é claro que como bons leitores que somos, a gente sempre acha que o livro é muito melhor que o filme, e realmente, o primeiro livro tem muito mais detalhes e cenas. Quando assisti o filme, achei que teria continuação, afinal, vários mistérios não foram revelados, como o fato da história girar em torno do incêndio que matou os pais dos irmãos Baudelaire ou mesmo por que o Conde Olaf é tão obcecado por olhos. No livro as desventuras das crianças também se passa com esses mistérios a serem revelados. Além disso, os cenários e os elementos da história são lúdicos e fantasiosos, estilo filmes do Tim Burton.

Apesar de muitas vezes eu ter tido dó dos irmãos Baudelaire, já que eles (até agora) tem uma infeliz história, também achei interessante como eles são unidos e extremamente inteligentes. A leitura do livro é divertida e muito rápida, ela é narrada por uma terceira pessoa (que no filme parece ser um escritor), e várias vezes ele pede para que nós (os leitores) parem de ler, ele avisa que se a pretensão era ler uma história feliz é melhor largar o livro. Enfim, eu amei por que é uma leitura tanto para adultos quanto para crianças e eu pretendo ler todos os outros doze livros, pra terminar a resenha e vocês ficarem com vontade de ler, aí vai algumas partes do livro.

"Se vocês se interessam por histórias com final feliz, é melhor ler algum outro livro. Vou avisando por que este é um livro que não tem de jeito nenhum um final feliz, como também não tem de jeito nenhum um começo feliz, e em que os acontecimentos felizes no miolo da história são pouquíssimos."

"A não ser que vocês tenham tido uma sorte rara, raríssima, na vida, certamente terão passado por experiências que os fizeram chorar. Ou seja, a não ser que tenham tido essa sorte raríssima, vocês sabem que uma boa e longa sessão de choro é capaz de melhorar nosso ânimo, mesmo que as circunstâncias se mantenham as mesmas."

"Sr. Poe disse "Vocês conhecem a expressão latina 'in loco parentis?' perguntou. Violet e Sunny olharam para Klaus. Sendo o maior leitor dos três, era de se esperar que conhecesse locuções estrangeiras (...) significa 'assumindo o papel dos pais que aqui se aplica ao conde Olaf ..."

"Era um livro de texto longo e difícil, e Klaus foi ficando cada vez mais cansado à medida que transcorria a noite (...) quando a luz de fora passou a se tornar acinzentada com a aproximação do dia, Klaus já havia descoberto tudo o que precisava saber."

"Violet tinha pouquíssimos materiais com que inventar algumas coisa (...) Ela havia feito o que é chamado de "arpéu", gancho que se usa para escalar os paredões de um edifício, em geral com fins indignos."