Curiosidades Sobre a Era Vitoriana

Cena da série Victoria | 2016

A Era Vitoriana abrange o período do reinado da Rainha Vitória do Reino Unido, que parte de Junho de 1837, até sua morte, em Janeiro de 1901. Esse momento da história nos proporciona hoje algumas curiosidades e conhecimento sobre hábitos estranhos, e se como eu, você é fã de romances de época, com certeza vai gostar desse post.

Retrato da Rainha Vitória, 1887 | Getty Images

A Vestimenta na Era Vitoriana

Durante o reinado da Rainha Vitória houve uma grande evolução em várias áreas humanas, porém, a água encanada por exemplo, só foi colocada nas casas das famílias ricas no fim do século XIX. E você já pensou como poderia ser trabalhoso para que uma mulher da época usasse o banheiro? A vestimenta feminina na era vitoriana consistia-se de diversas saias, além de anáguas e suportes, mas a diferença é que as mulheres não usavam calcinha, e sim uma bermuda larga com abertura no meio, ou seja, bastava sentar e se aliviar. No caso dos homens, eles usavam algo que se assemelha a uma cueca slip feita de algodão ou flanela, pois eram os tecidos mais fáceis de serem lavados. 

E se você acha linda a vestimenta feminina usada durante a era vitoriana, saiba que os vestidos não eram lavados, na verdade, eles eram pendurados e passava-se apenas uma escova macia sobre eles, para que fosse retirada a poeira. Se houvessem manchas no tecido, elas eram limpas com um pano úmido. Já a vestimenta íntima era lavada submersa em água com sabão. Ainda bem né?! Imagine usar sempre a mesma bermuda ou cueca suja.

Cena do filme Adoráveis Mulheres de 1994

Uma peça de destaque na vestimenta feminina da era vitoriana eram as crinolinas, uma armação circular (e mais tarde elíptica) que tinha como objetivo dar volume ás saia dos vestidos. E ao contrário do que muita gente acha, as crinolinas não eram pesadas e não atrapalhavam alguns movimentos, pois os aros tinham flexibilidade, ou seja, era possível sentar-se facilmente em uma poltrona mesmo usando uma crinolina por baixo do vestido. O único problema dos vestidos largos era passar por portas e muitas vezes eles até mesmo se incendiavam ao tocar em velas ou lareiras acesas.

O Luto

O momento de luto da era vitoriana era particularmente curioso... e mórbido. A Rainha Vitória por exemplo, vestiu-se como viúva enlutada por muitos anos após a morte do príncipe consorte, e perto do seu próprio falecimento, ela pediu que uma réplica de gesso da mão de seu amado fosse colocado no caixão, ao lado de seu corpo.

Se você achou o pedido da Rainha bizarro, saiba que diante da morte, coisas ainda mais estranhas aconteciam na era vitoriana. Quando o marido falecia, a esposa deveria usar vestidos pretos por no mínimo dois anos e meio, e com essa obrigação, muitas mulheres pobres mandavam tingir de preto seus vestidos, pois era mais barato do que comprar peças novas. Além disso, haviam lojas especializadas em vestidos de luto, onde vendiam-se apenas roupas e acessórios para que a mulher ficasse bem apresentada durante um velório.

E por falar em velórios, eles eram exagerados, a família oferecia até mesmo biscoitos com formatos mórbidos àqueles que compareciam ao funeral, esses mimos em forma de caveira, caixão ou com a data de falecimento do morto, eram como as lembrancinhas que hoje damos em festas aos convidados. E pra terminar as curiosidades estranhas sobre o luto vitoriano, após a morte de um ente querido, as famílias costumavam tirar fotos com o cadáver, como se ele estivesse vivo, até mesmo pintavam olhos falsos em suas pálpebras fechadas.

A Decoração na Era Vitoriana

Era comum que em casas de famílias com maior poder aquisitivo tivesse a chamada cadeira soberana, que poderia ser uma poltrona luís XV, onde o patriarca da família e/ou o dono da casa sentava-se com frequência, como se o móvel desse destaque a quem o usasse.

Como este post está ficando muito grande, vou deixar aqui apenas um gostinho sobre como era a decoração das casas de famílias da era vitoriana, e numa próxima oportunidade trago um post apenas sobre esse assunto.

Modéstia a parte, boa parte desse texto foi escrito com base nos meus próprios conhecimentos, o que me deixou bem feliz... e impressionada ao mesmo tempo, mas também não posso deixar de mencionar o Canal Diário de Biologia & História, que é sempre uma ótima fonte.