E Viveram Felizes Para Sempre

A Disney fez parte da minha infância, quando era criança, não me cansava de assistir várias vezes o mesmo desenho, mas algumas vezes eu me perguntava o que teria acontecido depois do "Felizes para Sempre", mesmo que a frase já responda que houve felicidade pelo resto da vida do personagem. 

Hoje surgem várias adaptações de filmes de conto de fadas, todos mudam como a história aconteceu, mas poucos mostram como foi a vida depois que a princesa casa com o príncipe encantado.

E se não houvesse o "Felizes para Sempre"? E se vida de personagem de conto de fadas fosse maís difícil do que mostra a Disney? A série Once Upon a Time (Era uma vez) mostra como é a vida desses personagens na vida real, já que todos foram amaldiçoados pela Rainha Má que rouba os seus "Finais Felizes", não há mais beijo que ressuscita, nem pozinho mágico que faz voar e muito menos Fadas Madrinhas que te salvam na hora do aperto. Até mesmo as verdadeiras histórias de Contos de Fadas escritas pelos irmãos Grimm, são macabras e nada infantis

Acredito que precisamos desses contos de fadas, eles nos tiram um pouco da realidade e nos fazem sonhar com o tal do Final Feliz, mas não é nada mal imaginar como seria se as coisas dessem errado e esse final não existisse. Pensando nisso e criticando os finais felizes, a fotógrafa Dina Goldstein, criou a série Fallen Princesses onde a ideia é poder imaginar a "justaposição das princesas perfeitas da Disney e problemas reais que afetam mulheres" ao nosso redor, como a própria Dina diz. Confira as fotos.

Branca de Neve vira Dona de Casa, com quatro filhos pra cuidar e o maridão criando barriga de cerveja. No momento acho que ela pensa: "Melhor se ele não tivesse me acordado depois que comi a maça envenenada, beijo maldito!", e uma hora dessas a Rainha Má deve estar vendo Branca pelo seu espelho mágico e rindo da cara dela. 

Enquanto Pocahontas preenche seu vazio interior com bichinhos de estimação, virando a tia dos gatos, Cinderela bebe sozinha em uma bar. Sinceramente achei que não faz muito sentido, Pocahontas não ia querer viver dentro de uma casa, já que ela é índia e a liberdade é algo que ela preza muito, e depois... pra que os gatos? 

A fotógrafa também crítica questões sócio-ambientais, como a Ariel presa em um tanque grande. Fico imaginando como ela foi parar aí, será que o príncipe não amava ela o bastante e depois de casados ele a vendeu para o dono de um observatório de peixes? (sei lá se é assim que se chama).

E se o beijo para acordar a Bela Adormecida não funcionasse como deveria, será que o príncipe encantado a esperaria? Talvez sim, pela foto ele até a levou para o asilo com ele, mas terminando os cem anos de sono da maldição duvido que a Bela Adormecida ainda ficaria com o príncipe. Triste.

E a Bela aparece aqui tentando manter a sua beleza com cirurgias plásticas. Achei que essa foto também não faz muito sentido. Apesar de ser linda, a Bela não dá valor a isso, tanto que no conto ela poderia se casar com Gastão, que também era muito bonito e tinha popularidade, mas a princesa dá mais valor ao interior da pessoa, ela não se apaixonou pela beleza do príncipe, ela o conheceu como Fera, então queremos acreditar que Bela não levava em conta também a sua beleza. Olha aí, o que fazem os contos de fada com a nossa cabeça não é mesmo?! eu aqui defendendo a princesa rs.

Há outras fotos no site de Dina Goldstein, como por exemplo a retratação da Rapunzel lutando contra um câncer, achei bem forte, então preferi não compartilhar com vocês. Além dessa série a fotógrafa também é a responsável pelo projeto In The Dollhouse onde ela retrata como seria a vida real depois que Barbie e Ken se casassem. (no site há a história completa das fotos).

Vejo a Barbie em crise amorosa e sinto que Dina Goldstein está estragando a minha infância rs.

Achei interessante os projetos de trabalho da fotógrafa, é irônico e ela usa elementos que temos contato para criticar a sociedade. Perceba que suas fotografias as vezes tem mais de uma interpretação, é só pra cutucar e dizer: "Hey, isso aí não tá certo!". Continuo achando necessário acreditarmos nos finais felizes e Cinderela sempre vai ser a minha princesa preferida, mas é bom também poder ter a mente aberta e não ficar presa ao senso comum do mundo e as perfeitas histórias das princesas e da Barbie.