Eu Vi: Alice Através do Espelho

E enfim eu fui ao cinema Brazeel! E eu não fui para assistir Como Eu Era Antes de Você por que este não é meu gênero de filme favorito. Na verdade eu fui pra ver Truque de Mestre, mas como não tinha sessão no horário que eu queria, acabei assistindo minha segunda opção de filme, Alice Através do Espelho. Apesar de eu ser fã do trabalho do Johnny Depp e fascinada pela história de Alice, eu criei uma expectativa muito grande com o primeiro filme e não achei que foi tudo o que eu esperava, por isso não criei nenhum tipo de expectativa quanto ao segundo filme, e isso foi bom, me surpreendi e pra mim foi uma injeção de ânimo, com seringa e tudo, haha. Já adianto que achei Alice Através do Espelho melhor do que Alice no País das Maravilhas. Confere aí o trailer.

Recomendo que assista primeiro Alice no País das Maravilhas antes de ver o segundo filme por que Alice Através do Espelho, é sim, uma continuação do primeiro filme. Vou tentar explicar a sinopse contando menos do filme do que o site Adoro Cinema contou, aliás, achei muito ruim a crítica do site em relação ao filme.

Sinopse: Alice retorna feliz de uma longa viagem, mas logo ela descobre que provavelmente terá que se desfazer de algumas coisas que ama. Mas, mesmo com seu impasse sentimental, ela atravessa um espelho e volta a seu lugar lúdico preferido, o País das Maravilhas, lá ela percebe que na verdade já era hora de retornar, o Chapeleiro corre risco de vida e a única que pode ajuda-lo é ela, mas para isso, Alice terá que ter coragem para pedir ao tempo o seu bem mais precioso, que seria o seu próprio tempo.

Esse lance com o tempo realmente sempre dá um nó na nossa cabeça. E por falar do tal personagem, o Tempo é o tema principal do filme, mas não é o protagonista. Apesar de eu ter achado os trejeitos e o figurino do Tempo um pouco infantil demais, sua figura e jeitinho peculiar de ser é fundamental. O que você acha do Tempo? Sim, querido(a) leitor(a) essa pergunta é pra você. No meu caso, sempre acho que tenho pouco tempo, que o que tenho nunca é o suficiente e não consigo aproveita-lo com plenitude, mas o tempo não é o vilão, nem na minha vida, nem na sua e muito menos no filme, o tempo nos dá os segundos necessários pra fazermos deles minutos, que por sua vez se transformam em horas e só depende de nós fazer valer a pena o tempo que ele mesmo nos disponibiliza. Apesar de no filme o personagem parecer uma figura patética e boba, ele ensina grandes lições a Alice e aos telespectadores.

Detalhe, o ator que interpreta o Tempo, é o Sacha Baron Cohen, o mesmo que da vida a Borat. Ainda bem que eu não me dei conta disso enquanto assistia o filme, por que sem dúvida eu ficaria me lembrando das besteiras do Borat e a magia teria acabado na hora. Ainda bem que Sacha se mostrou ser um bom ator.

Vimos no primeiro filme que no mundo de Alice é normal absorver de uma metáfora grandes ensinamentos, então não seria de admirar que nesse segundo filme, mesmo sem a direção de Tim Burton e seu mundo louco, ainda assim aprendêssemos novos valores e ideias, por que afinal, tais ideias são da vivência de Alice, não de Burton. 

Dentre os aprendizados que o filme nos mostra e pude perceber é a importância da família e de se aprender com o passado, de se desfazer do que já não importa. Alice não tem uma relação "maravilhosa" com sua mãe, as duas pensam completamente diferente, e do outro lado do espelho, o Chapeleiro parece estar perecendo também por causa de sua família, até então, morta no dia do ataque do Jaguadarte. E como se não bastasse, ainda temos o conflito gerado pelo ódio da Rainha Vermelha por sua irmã a Rainha Branca, nesse filme entendemos qual a origem desse ódio.

O filme também trás a tona um assunto de longa data e hoje tão difundido. Alice vive numa sociedade machista e por vezes ela é humilhada por querer fazer coisas que mulheres podem não ser bem vistas fazendo. Ser mulher para Alice não é um empecilho, mas infelizmente a sociedade acha que é, inclusive a sua mãe. E em meio a essa luta para ser o que quiser, a personagem tem algo que todos nós devíamos nos inspirar, sejamos homens ou mulheres, Alice acredita no impossível e faz de tudo por seus amigos.

Confira certos quotes do filme que mostram alguns de seus valores e ensinamentos.

"Amigos não podem ser negligenciados."

"Não se pode mudar o passado, mas podemos aprender com ele." 

"A única forma de alcançar o impossível é pensar que é possível."

"Dizem que o Tempo não é amigo de ninguém, mas eu não vou me esquecer de você."

Sobre a interpretação dos atores, Johnny Depp (Chapeleiro), Helena Bonhan Carter (Rainha Vermelha), Anne Hathaway (Rainha Branca) e Mia Wasikowska (Alice), nada a dizer, foram ótimos na construção de seus papéis, seis anos após o primeiro filme e eles não se esqueceram dos trejeitos e sentimentos de seus personagens.

Assisti o filme em 3D e na minha concepção isso só torna ele ainda mais real e maravilhoso, os efeitos especiais não deixam a desejar. E como designer de moda, não posso deixar de dizer que os figurinos estão a altura de um filme tão lúdico e louco quanto esse, por vezes as roupas me lembraram figurinos de teatro. A trilha sonora ficou por conta da Pink com a música Just Like Fire. No clipe a cantora aparece com seu marido, Carey Harey e a filha do casal, Willow.


Creio que vocês conseguiram perceber o quanto eu gostei do filme não é mesmo?! Por isso eu o recomendo. É um filme inocente mas cheio de ensinamentos. Vemos que Alice não é uma criança, mas sim uma moça madura, corajosa e que sabe o que quer, apesar de as vezes ser considerada louca, ela tem os pés firmes no chão. Mas também, nada nos impede de vivermos dentro de nossa loucura, basta acreditar no impossível. Beijos de leite e até o próximo post.