Já fazia um tempo considerável que eu não trazia uma resenha de livro pra vocês, mas é que eu fiquei por meses curtindo uma ressaca literária. Saí desse infame período lendo um livro que ia fazer aniversário na minha lista de futuras leituras, porém, depois dele eu tive um choque. Se você acompanha o blog frequentemente, sabe que meu gênero favorito é suspense, e não raro eu fico atônita ao terminar tais leituras, e com esse livro não foi diferente, acho que sonhei com ele umas três noites seguidas, e para me livrar disso, eu precisava ler algo mais light. Saí wattpad à fora em busca de um romance, nada melindroso, mas buscava por uma leitura mais despretensiosa. Acabou que, como não consigo ignorar histórias de mistério, achei o livro "Você Vai Morrer, Elizabeth".
Sinopse: Uma ligação estranha e um número desconhecido mudam a vida de Elizabeth, e a afundam em um mistério que só ela pode resolver. Parece uma sinopse muito breve, não? Tão breve quanto a vida, eu digo. Em vez de trazer enrolações e filosofias, trago uma simples pergunta: por que está lendo essa sinopse? O livro pareceu interessante pelo título, capa ou pela frase solta que inicia esse texto? Pois você está errado. Não há nada de interessante aqui, ainda mais se você é do tipo de pessoa que gosta de coisas alegres e animadoras. (...) [Mas] se você busca algo desesperador e quer desperdiçar minutos ou horas preciosas, vá em frente. Afinal, nem todo mundo tem o privilégio de não saber quanto tempo de vida (ou de morte) ainda lhe resta.
"Você Vai Morrer, Elizabeth" foi escrito por Juliana do Vale. O livro ganhou dois selos e o primeiro lugar na categoria Ficção Geral pelo Projeto Uma Dose a Mais dentro do wattpad.
A psicologia reversa funcionou comigo. Eu fui levada a ler o livro por causa da sinopse. A história é narrada pela própria Elizabeth desde o momento em que ela recebe a fatídica ligação onde uma voz estranha avisa que ela morrerá. A partir daí, a garota de vinte e dois anos, que mora sozinha num apartamento, trabalha como recepcionista em um hotel e tem a vida mais rotineira e sem graça de todas, toma um rumo diferente. O que é importante fazer depois que se descobre sua iminente morte? Algumas pessoas buscariam a Deus, outras resolveriam assuntos mal resolvidos, tem aquelas que fariam compras e invistiriam em coisas que sempre quiseram, como um tapete personalizado ou uma bolsa de marca, e ainda tem aquelas que procurariam a adrenalina que nunca sentiu. Mas e Elizabeth? Elizabeth faz listas. E nisso eu me identifiquei totalmente com ela. A garota faz listas para todo tipo de coisa, é assim que ela organiza sua vida, pelo menos enquanto a morte não chega.
"Descobrir que sua morte está próxima não é de todo ruim, te permite constatar fatos nos quais nunca pensou. Por exemplo, você pode perceber que passou vinte e dois anos vendo a vida passar feito novela na televisão e levantar do sofá para finalmente fazer alguma coisa - mesmo que esta alguma coisa seja procurar uma forma menos vergonhosa de morrer." - Elizabeth
A protagonista é uma personagem irônica, mas ela não tem uma ironia antipática, por mais que ela tente sustentar sua "rabugentisse" (essa palavra não existe, mas estou inventando agora), Elizabeth, também chamada de Liza, é cômica. Por vezes ela faz comentários que tiram boas risadas do leitor. Liza narra a história como se fosse uma conversa, ela sempre se refere a quem está lendo. Isso nos torna amigos de Elizabeth, é como se entrássemos no livro e batêssemos papo com ela.
Porém, próprio da sua personalidade, Liza faz muitos devaneios durante a narrativa e isso se torna tão recorrente que cansa um pouco o leitor. Por causa disso, lá pelo capítulo quinze (o livro tem 21 capítulos, história relativamente rápida) eu desanimei um pouco com a leitura, mas, levada pelos sorrisos de lado, continuei, ávida por saber quem era o(a) dono(a) da voz ao telefone que sentenciava a morte de Elizabeth.
Mas o fato é que, se como eu, você detesta finais onde o leitor precisa tirar suas próprias conclusões, o desfecho desse livro pode deixar a desejar para o seu gosto. Fiquei vazia, não obtive informações que achei que conseguiria com o final da trama. A parte boa, é que por causa disso, esse livro clama por uma continuação.
Os personagens coadjuvantes são pessoas sobretudo irritantes. Marisa, sua melhor amiga, e Rafael, seu ex-namorado, além dos gatos Encosto e Presente de Grego, animais os quais Marisa ama e Liza odeia. Basicamente, Rafael e Marisa são as únicas pessoas com quem Liza pode contar, e apesar deles terem o sincero desejo de ajuda-la a aproveitar seus últimos momentos de vida, essa dupla é INSUPORTÁVEL, e como Liza, o leitor fica entre detestar e amar a presença deles.
Durante a trama muitos personagens secundários aparecem, e por serem tão sem importância, em alguns momentos durante a leitura eu nem me lembrava quem era fulano ou sicrano. A narrativa também tem inúmeras referências musicais, principalmente MPB. De forma geral, a história é bacana e te prende ávidamente. Mas, leva apenas três coraçõezinhos da Gretchen por que acredito que o final deixou mesmo a desejar. (Até que fim achei uma forma legal de fazer avaliações, haha).
E você? Já conhecia esse livro? Aceito sugestões de títulos para ler no wattpad. Abuse da área de comentários. Beijos de leite e até o próximo post.
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