O dia em que eu Comecei a Gostar de Scarpin!

Até então eu nunca havia gostado de scarpin, mas o que me fez mudar de ideia, já que o título do post entrega tudo? Bom, como eu gosto de fazer rodeios e sou detalhista, quero usar esse post pessoal para contar tudo desde o começo e compartilhar com vocês essa história que envolve scarpin e minha autoestima.

Sempre amei moda e salto alto, peguei esse amor todo da minha mãe, que modéstia a parte é uma mulher que se veste bem. Minha mãe tem muito bom gosto, o que falta mesmo é só o dinheiro pra ela ser uma perua assumida, fazer o que né mores... Deus não deu asas à cobra! Mas enfim, voltando para a minha história, eu sempre babei nos sapatos da minha mãe, e quando eu fiz treze anos ela me permitiu usar salto alto, porém, como eu não tinha nenhum e nós usávamos o mesmo número, acabou que a gente dividia os mesmos sapatos, ou seja, eu passei a usar os scarpins da minha mãe. Mas, com a puberdade chegou também as mudanças no corpo, eu cresci rapidamente e com quinze anos eu já tinha 1,72m. Eu me achava extremamente alta e comecei a me sentir mal usando salto alto, pois toda vez que eu usava um salto de 12cm ou 15cm algum engraçadinho aparecia fazendo piada. Cansei de ouvir frases como "você está muito alta, por que usa salto? Não há necessidade." ou "como está o clima aí encima?". E para completar, descobri de alguma maneira, (que não me lembro agora, talvez li em alguma revista adolescente) que scarpins alongam a silhueta por que eles são sapatos de bico fino. Nessa época da minha vida, entre os dezoito e vinte anos, eu passei a usar apenas sapatos femininos flat, evitava os saltos altos que eu tanto amava e nunca mais coloquei um scarpin no pé. Na verdade, pra mim os scarpins eram os piores, proibidos pra mim e minha altura.

É claro que os sapatos flat tem ótimas vantagens, evitam dor no pé por causa do salto alto por exemplo. Mas, eu sentia falta do salto, então resolvi apertar o botão do dane-se e voltei a usar minhas sandálias e calçados meia pata ♥. Continuei achando desagradável e constrangedor certos comentários sobre a minha altura, mas a partir do momento em que eu me impus e coloquei meu gosto pessoal acima da opinião dos outros, as piadinhas pararam de fazer tanto efeito na minha autoestima. Me libertei, mas ainda não conseguia usar sapato scarpin, até o dia em que eu precisei de um calçado nude.

Fui atrás do tal sapato nude para um evento, mas na loja só tinha scarpin, e apesar da minha repugnância ao modelo, resolvi arriscar e descobri que essa resistência era na verdade medo, por isso deixei meu amor próprio falar mais alto (e o sapato era lindo também) e não me arrependi, o scarpin nude virou um dos meus calçados favoritos. Caramba, é clássico, combina com tudo! E na mesma semana minha mãe também me presentou com outro scarpin, esse é preto e tem um belo bordado no bico, é tão lindo quanto o de cor nude.

Acho que minha experiência prova que quando se trata de moda nós precisamos nos arriscar e sair da nossa zona de conforto. A mudança de pensamento tem grande relação com a autoestima e muitas vezes a gente acaba se surpreendendo em usar uma peça de roupa, calçado ou acessório que talvez num primeiro instante nunca usaríamos. 

Conta aí pra mim, você já se arriscou com uma peça que nunca achou ser capaz de usar e gostar?