Resenha: Filme - As Panteras [Charlie's Angels]

As Panteras, também conhecidas como Charlie's Angels, 

prometem trazer muito Girl Power aos cinemas.

Essa semana eu tive a oportunidade de estar presente na pré-estreia do filme As Panteras. Originalmente chamado de Charlie's Angels, As Panteras é uma produção já muito antiga, a primeira formação de mulheres espiãs é de 1976 numa série de TV norte americana que teve cinco temporadas e durou até 1981. Com a virada do milênio, surgiram novas integrantes no famoso trio de mulheres imbatíveis. Em 2000 As Panteras ressurgiram em um filme, e três anos depois estreava uma continuação. As Panteras fez parte da minha infância, pois era um filme que eu gostava muito de assistir, por isso, fiquei animada com o convite para conferir em primeira mão a nova produção Girl Power de Hollywood. E eu não poderia deixar de trazer minhas impressões pra vocês, sem spoilers como sempre.

Três mulheres destemidas precisam embarcar em uma missão perigosa para deter um novo programa de energia que se torna uma ameaça global. Sabina (Kristen Stewart) e Jane (Ella Balinska) são profissionais da Agência Townsend e aparentemente não se dão bem, mas precisam unir forças para não deixar que a nova tecnologia caia em mãos erradas, enquanto também precisam proteger e ajudar a programadora-chefe Elena Houghlin (Naomi Scott).

Filme As Panteras 2019 (Charlie's Angels)

Como comentado acima, As Panteras sempre foram sinônimo de representatividade feminina, principalmente em relação a um assunto tão envolto dentro do universo masculino, afinal, quando se fala em espionagem talvez os primeiros filmes que venham à sua mente sejam 007 e Missão Impossível, duas produções protagonizadas por homens, aqui as mulheres aparecem apenas como objetos sensuais.

Já As Panteras traz protagonistas mulheres, sem contar que a diretora do filme, Elizabeth Banks, também atua nele como Bosley, a tutora do trio principal. E As Panteras usa sim do artifício de sensualidade, porém, como uma arma dentro das missões, da mesma forma que utilizam uma faca Bowie como arma branca ou uma pistola em conflitos. O feminismo e a sororidade aparecem de forma abrangente no filme, incluindo situações constrangedoras que nós, mulheres, passamos e identificamos facilmente no roteiro.

"Angels, mandem seu amor." - Bosley

Com o decorrer do filme, podemos notar o amadurecimento das personagens e a empatia que cresce entre elas. Além disso, mesmo sendo angels, consideradas corajosas e destemidas, ainda assim, cada uma dessas mulheres precisam lidar com alguma fragilidade, afinal, isso é normal em qualquer ser humano.

E mesmo sendo um filme predominantemente feminino, em As Panteras os homens não são colocados como inferiores ou odiosos. As lutas são feitas de igual para igual, com direito a muita ação durante o filme.

Em meio a tantos elogios, apenas uma coisa me incomodou nessa nova produção da franquia, os estereótipos. Não vemos padrões femininos, mas um rótulo hollywoodiano que se repete e é bem previsível. Kristen Stewart atua maravilhosamente bem, mas a sua personagem é a rebelde, o que já era de se esperar pelo seu corte de cabelo e jeito de se vestir, inclusive pelo meu entendimento com telespectadora, o filme deixa subentendido que Sabina (Kristen) é homossexual, mas isso não interfere em absolutamente nada na trama. Ella Balinska é aquela que não permite demonstrar sentimentos, e Naomi Scott é o alívio cômico, fazendo o papel da nerd franzina e medrosa que se auto descobre uma mulher poderosa. Essa evolução entre as protagonistas é ótima! Mas, esperada e estereotipada.

Enfim, As Panteras (Charlie's Angels) aquece o coração feminino, e ao mesmo tempo nos deixa apreensivas, como qualquer outro filme de ação. E de quebra Ariana Grande é a produtora executiva do filme, que traz Anitta na trilha sonora, participações especiais e easter eggs das produções anteriores. As Panteras estreia hoje (dia 14 de novembro) em todos os cinemas brasileiros e vale a pena conferir.