O Homem Invisível | Filme

O Homem Invisível - o melhor suspense do ano?

O Homem Invisível já está sendo cogitado como o melhor filme de suspense do ano, até porquê, muitos filmes tiveram seus lançamentos adiados devido o Covid-19, quê diga eu que estava esperando ansiosamente ver Um Lugar Silencioso 2 nos cinemas. Mas enfim, antes do começo da quarentena, conferi O Homem Invisível, e confesso que mesmo eu, amante de entretenimento que envolve thriller psicológico, e bem acostumada com os roteiros do gênero, me surpreendi com o filme, e nesse post eu conto pra vocês o motivo.

Precisamos falar sobre violência e abuso psicológico

O filme e esse post podem conter alguns gatilhos, pois apesar de a história permear dentro da ficção científica, ainda assim, a base do roteiro envolve obsessão, feminicídio e abuso psicológico.

Cecilia Kass (Elizabeth Moss), uma esposa agredida e abalada, cansada de estar sob o poder tirano de ser marido, foge de casa em uma madrugada fria. Depois de um tempo Cecilia se sente transtornada pelo aparente suicídio do cônjuge. O problema é que a protagonista sente a presença de seu marido mesmo após a sua morte, e ela precisa provar a todos de que não está louca, mas que seu marido se tornou um homem invisível e a está perseguindo. Trailer aqui.

Sempre gostei de suspense mais do que terror por que acho o gênero inteligente e ele trabalha com mistério e lógica, ao invés de sangue e sobrenatural, e O Homem Invisível traz o conceito do suspense de forma muito coerente. Nós, telespectadores, sentimos empatia e angústia pela opressão invisível que sofre a protagonista, porém, no fundo a gente também tem dúvidas sobre o que realmente está acontecendo, e se as situações são reais ou apenas fruto da imaginação de uma mulher abalada pela agressão e suicídio do marido.

A atuação de Elizabeth Moss como protagonista é impecável. A atriz consegue representar os sentimentos da personagem apenas com um olhar e/ou gestos sutis. Além disso, o diretor do filme, Leigh Whannell, tem uma visão muito natural sobre a invisibilidade, tanto que há cenas com foco e enquadramento em pontos específicos que fazem o telespectador imaginar o homem invisível naquele lugar. Na verdade, até a gente começa a ficar paranóico e idealizar o homem invisível em lugares que talvez ele nem esteja.

Apesar de a invisibilidade ser fantasiosa, o filme consegue transpor à realidade várias das situações que vítimas de violência doméstica passam, como a ridicularização diante da sociedade, a falta de crença na vítima, a sua culpabilização, julgamento e situações machistas apresentadas, como o famigerado gaslighting.

A premissa do filme O Homem Invisível funciona muito bem por que envolve algo real e fantasioso, a violência doméstica e a fantasia de se imaginar o inferno que um boy lixo poderia fazer na vida de uma mulher indefesa se ele se tornasse invisível. A base do filme também funciona muito bem em decorrência do roteiro fechado e bem escrito. Porém, apesar de todas as respostas serem obtidas no decorrer do filme, alguns telespectadores ainda saem da sala de cinema com uma ponta de desconfiança sobre o(a) verdadeiro(a) vilão da história, seria algo tão sutil e bem premeditado como A Garota Exemplar, ou o homem invisível sempre foi aquele a quem a protagonista apontou o dedo durante o filme? Fica aí a pulga atrás da orelha pra quem assistiu ao filme. E para aqueles que ainda não conferiram o longa, ele está mais do que recomendadíssimo para a pós quarentena.