A Verdade Sobre Verity

Resenha [Sincerona] do Livro Verity de Colleen Hoover

Terminei de ler Verity esta manhã, passei o dia pensando no livro. Agora são 19h, acabei de tomar um banho quente e reflexivo, e acho que chegou a hora de eu sentar e escrever sobre Verity, o primeiro suspense da aclamada autora Colleen Hoover.

Antes de Verity eu não havia lido nada da Colleen Hoover, pois não tenho grande interesse por livros românticos e dramáticos, tanto que a vida inteira eu corri dos livros do Nicholas Sparks. Mas, minha história com o tio Nick é assunto para outro post, então, continuando... assim que Verity foi lançado houve um grande burburinho, e eu, como fã assumidíssima de suspenses e thrillers, precisava muito conferir essa obra que nove entre dez leitores elogiavam. Minha ansiedade me levou a pagar R$37 fucking reais no e-book do livro, achei um valor alto, afinal, por esse preço eu poderia comprar artigos de papelaria, que eu amo, ou um livro físico, e sei que Verity é caro apenas por causa de quem o escreveu. Mas tudo bem. Não vou me lamentar por que a experiência de leitura não foi ruim, porém, há algumas ressalvas.

Lowen Ashleigh é uma autora mediana, e como ela está falida, aceita rapidamente a proposta de escrever os últimos três livros da série da autora famosa e bem sucedida Verity Crawford, que infelizmente se acidentou, o que a deixou sem movimentos e reações, tornando impossível que voltasse a escrever. Para ter maior contato com a escrita de Verity e continuar a série de livros, Lowen vai passar alguns dias na casa da família Crawford, e é aí que as coisas começam a desandar. Lowen descobre um manuscrito secreto no escritório de Verity, onde a escritora narra sua vida com Jeremy, seu marido, e comenta sobre a perda de suas filhas gêmeas em uma tragédia. Lendo o manuscrito, logo Lowen se vê imersa em uma rede de mentiras familiar.

Gênero: Thriller/suspense | Páginas: 261 | Nota: ★★★★☆

Lowen é a protagonista (?) e a narradora do livro, o que faz o leitor ter apenas sua perspectiva sobre tudo, o que por sua vez, acaba também nos fazendo ter os mesmos sentimentos e pensamentos de Lowen sobre Verity, ou seja, raiva e repugnância. E não dá pra negar, o manuscrito autobiográfico de Verity é perturbador, pode até ser um gatilho ou uma leitura muito densa para pessoas sensíveis (fica o alerta), mas durante a leitura do livro eu me culpei e me senti mal por que eu estava pegando um ranço enorme de Lowen, e querendo defender Verity, era como se eu estivesse do lado da vilã. Não acreditei no manuscrito, sempre pensava que tinha algo errado com aquilo tudo. E tinha. Não do jeito que eu pensava, mas estamos falando de um thriller psicológico paranoico, então, é claro que havia algo de muito errado no manuscrito, em Verity e naquela família.

O que espreita a mente pode ser tão perigoso quanto as ameaças da vida real. - Capítulo 11

Além de eu não ter tido nenhuma simpatia por Lowen, o romance entre ela e Jeremy (marido de Verity) não me convenceu. A mulher passa sete dias ou menos na casa de uma família que ela não conhece, e nesse curto período de tempo se apaixona pelo doce e humilde marido da mulher que encontra-se inválida ~leia com ironia e desapontamento. Como assim gente?! [Spoiler - selecione o texto pra lê-lo, se quiser] É nítido que Lowen só se "apaixonou" por Jeremy por causa do desejo que lhe incitava ao ler as aventuras íntimas entre ele e Verity no manuscrito [/Spoiler]. Lowen, você foi uma vac*.

A leitura é fluída e eu amei a escrita da CoHo (agora somos íntimas #soqn). Porém, o final deixou a desejar, achei-o abrupto e facilitador, [Spoiler] Sério Colleen?! Uma carta deixada por Verity e contando tudo como se fosse roteiro de novela da Globo?! [/Spoiler]. Inclusive, depois eu pensei em inúmeros finais diferentes, e que não fossem — relativamente — abertos! Eu odeio profundamente finais em aberto, parece que o autor teve preguiça de terminar a história, não devia ser eu a fechar essa narrativa, eu não fui paga pra isso, ao contrário, lembrem-se que paguei quase quarenta conto por esse livro, no mínimo eu queria um desfecho com um conclusão bem definida.

Se há atração entre duas pessoas, só há duas opções: elas se envolverem ou não. Não tem meio termo - Capítulo 15

Como disse anteriormente, minha experiência de leitura foi boa, pois quando o desenvolvimento e o apego à história é bom, a gente acaba passando por cima das ressalvas e pontos negativos do livro. Porém, a verdade sobre Verity é que ele é um livro ótimo, mas não sensacional. Colleen Hoover se saiu bem escrevendo seu primeiro suspense. Eu gostei, porém, tinha a expectativa de algo diferente, um livro arrasador, uma história que me desprendesse de qualquer outro livro maravilhoso de suspense que já havia lido antes. Mas não, Verity tem a mesma base de qualquer outro livro de thriller psicológico.