Série: Belgravia

Resenha: Série Belgravia

Lançada originalmente pelo canal norte-americano Epix, há pouco tempo Belgravia passou a fazer parte do catálogo da Globoplay, e como boa amante de histórias e romances de época, conferi essa série que prometia muito por ser do mesmo criador de Downton Abbey, e hoje trago minhas impressões sinceras sobre ela.

Belgravia se passa em Londres, no ínicio do século XIX, e tem as famílias Trenchard e Brockenhurst como o centro de intrigas e escândalos. Tudo começa no baile da Duquesa de Richmond, quando os homens presentes no jantar precisam abandona-lo para se juntar às tropas em uma batalha de guerra, inclusive o sobrinho da anfitriã, Edmund Bellasis, que foi obrigado a deixar sua amada, Sophia Trenchard. Esse amor impossível é a base de todos os segredos que envolvem a série Belgravia.

A série se passa durante a ascensão dos novos ricos, o que gera um debate sobre classes sociais. Além disso, naquela época qualquer deslize de conduta poderia ser considerado um escândalo, principalmente no que se refere às mulheres, que deveriam ser castas e criadas para serem boas esposas. Por vezes os espectadores ficam incomodados ao notar o machismo dentro de ações comuns do século XIX, e ás vezes é até possível comparar com nossos dias e perceber que ainda estamos longes de mudar alguns conceitos considerados retrógrados, mas que acabam fazendo parte do nosso senso comum.

Veja Também: Três Coisas Que Aprendi Com a Série The Crown

O núcleo jovem da trama é levado pelo romantismo, mas o destaque da série com certeza são as antigas gerações e seus segredos guardados a fim de manter as famílias com boa reputação. Assim, a série passa pelo suspiro dos jovens apaixonados, até as inesperadas reviravoltas que são apresentadas no enredo. Portanto, creio que essa seja uma série tanto para os românticos de plantão, quanto para a galera do time que ama um plot twist.

Os personagens são bem trabalhados, inclusive os criados das famílias protagonistas, que fazem parte do núcleo principal. A senhora Trenchard é uma mulher extremamente perspicaz, e só Deus sabe o quanto eu queria ter a calma daquela mulher! Seu marido também é um homem bom e é nítido o quanto a família é importante para ele. E do outro lado temos os Brockenhurst, onde o conde e a condessa precisam lidar com um sobrinho insolente, o herdeiro da fortuna do casal desde que perderam seu único filho na guerra.

Apesar de ser fictícia, o cenário social e alguns acontecimentos que acontecem durante os seis capítulos da série são reais, como por exemplo, o conflito de 1815, entre os ingleses e o exército de Napoleão, que ficou conhecida como a Batalha de Waterloo. Pra mim que gosto de história, a série foi um prato cheio, pois com ela é possível observar perfeitamente os costumes da época, bem como a vestimenta e arquitetura, até por quê, a ambientação e a fotografia de Belgravia não deixa a desejar. Por ser formada em moda, eu amo assistir à produções que mostram perfeitamente a vestimenta de um certo período social, e em Belgravia temos a estética vitoriana, com as mulheres usando como acessório o famoso relicário, assim como vestidos voluptuosos e cheios de detalhes.

Minha única ressalva em relação a série é seu final abrupto, terminei o sexto episódio me perguntando "é só isso?". Ainda assim, com certeza o desenvolvimento do enredo foi uma boa experiência pra mim. A série Belgravia termina sem nenhuma ponta solta, mas deixa ganchos para uma segunda temporada.

Belgravia é uma série baseada em um livro de mesmo nome, esse que eu teria lido antes se soubesse dessa informação. Então, fica a dica pra quem prefere ler os livros antes de assistir as adaptações.