Moonfall: Ameaça Lunar

Resenha - Filme Moonfall: Ameaça Lunar

Tudo começou em um fim de domingo preguiçoso, onde eu vestia pijama e assistia à entrevista dos protagonista do filme Moonfall: Ameaça Lunar para o programa Fantástico. A publicidade deu certo e alguns dias depois nós escolhemos uma sessão bem vazia para assistir ao filme no cinema, mas já adianto, melhor seria se tivéssemos assistido ao filme do Pelé, e nessa resenha eu explico pra vocês o motivo, sem spoilers.

A lua sempre foi companheira da Terra, mas já imaginou se ela saísse de sua órbita e colidisse com o nosso planeta? Essa é a ameaça apresentada em Moonfall. E diante do perigo, a ex-astronauta e atualmente diretora da NASA, Jo Fowler (Halle Berry) tenta de tudo para impedir que a raça humana seja extinta, inclusive se juntar ao também ex-astronauta (e ex-marido) Brian Harper (Patrick Wilson) para uma missão suicida. Mas, talvez a lua não seja exatamente como pensavam. Trailer aqui.

Moonfall é obra do consagrado diretor Roland Emmerich, o mesmo nome por trás de filmes aclamados, como Independence Day, 2012 e O Dia Depois de Amanhã. O problema é que o diretor não sai da sua zona de conforto, e quando tenta, cria essa viagem absurda que é Moonfall. O filme traz a mesma fórmula e clichês já conhecidos do cinema catástrofe, mas aqui temos uma pitada de tecnologia (e a falta dela) empregada de maneira que não me despertou interesse nenhum como espectadora, na verdade, só me fez revirar os olhos.

Eu tinha grande expectativa quanto a um protagonismo feminino. Afinal, é bom ter acesso a enredos que fogem do habitual, onde a mocinha salva a si mesma e até mesmo a humanidade, e a promessa aqui era que Jo Fowler, interpretada por Halle Berry suprisse essa necessidade, mas não foi o que aconteceu. Por mais que Jo tenha um cargo de alta patente e faça tudo ao seu alcance em nome dele, com o desenvolvimento do filme ela vai perdendo seu brilho e dando espaço para Brian Harper (Patrick Wilson), o típico personagem injustiçado e que tem problemas familiares, mas que consegue se redimir por salvar o mundo.

E pra completar a patota de salvamento, mais um estereótipo, a tentativa de alívio cômico do filme vem do personagem KC Houseman (Jonh Bradley-West), um cara inteligentíssimo, mas que defende teorias conspiratórias, o que faz com que as pessoas não o levem a sério.

Moonfall: A Lua Me Traiu

Algo que também me aborreceu bastante durante o filme, foi a inverossimilhança. Eu queria entender como pode um tronco de árvore enorme cair encima de uma pessoa, e ela não sentir nenhuma dor sequer, ou por que várias explosões em montanhas de neve não causaram avalanches? Fica aí o questionamento. Mas, o que realmente me incomoda, é retirar uma peça de museu que está lá há uns sessenta anos e ela continuar funcionando, além da ideia de se levar um civil para o espaço e ele mexer nos botões da nave espacial como se tivesse tido treinamento pra isso, eu particularmente achei essas cenas uma afronta aos verdadeiros astronautas, que passam quase uma vida se preparando para missões no espaço.

Sobre a conclusão do filme, prepare-se para um final com uma explicação até possível, mas que falta lógica e é bastante mirabolante. Confesso que eu esperava um roteiro com base numa justificativa natural, que se tratasse de um desastre que compreendesse a natureza, como por exemplo, o afastamento da lua em relação a Terra, que é algo real e está acontecendo gradativamente. Mas, o filme também é um sci-fi, o que talvez explique a "grande criatividade" dos roteiristas, ou só estavam mesmo todos chapados e criaram vários subterfúgios incoerentes de propósito.

E pra não dizer que fui injusta, apesar de ter achado que faltaram cenas de ação e catástrofes no filme, os efeitos especiais estão relativamente bons, nada que te faça pagar um cinema 4D, mas consegue suprir superficialmente a expectativa de ver cenas de destruição em uma tela gigante.

Se você não se importa com clichês, gosta de cenas espaciais e diálogos sobre física, vá em frente! Se não, assista novamente qualquer outro filme de Roland Emmerich e a experiência vai ser melhor.