3 Fantasias Para Não Usar no Carnaval

Foto: Shopping Balneário

Vi alguns posts blogosfera à fora com ótimas indicações de fantasias para o Carnaval, mas nesse post eu quero te aconselhar sobre aquelas que é melhor evitar pra não ser desrespeitoso, afinal, com certeza você quer dar o close certo no bloquinho né?! Então vamos começar pela escolha da fantasia.

1. Fantasias de povos e culturas

Fantasias de índio, gueixa, ciganas e afins são estereótipos ofensivos, não uma homenagem, e pode se tornar também apropriação cultural. Não há necessidade de ir pular Carnaval usando um cocar na cabeça, afinal, mais do que um adorno, para muitas etnias o cocar é um objeto de apoio espiritual ou de apego social. Para os índios Fulni-ô por exemplo, o cocar é utilizado apenas por homens indigenas, ele representa a conexão do guerreiro com o grande espírito, e por ser especial, quando dado de presente é como receber uma joia de família, tem-se muita estima. Ao entender a importância de um elemento para toda uma cultura, fica mais fácil de respeitar e não o ridicularizar numa fantasia. Aqui eu dei o exemplo do cocar, mas também se aplica a qualquer outra coisa que lembre um povo, como um chapéu de cangaceiro, hashis ou usar o bindi na maquiagem.

Também não podemos esquecer que blackface é racismo. O termo se refere a uma prática popular dentro dos teatros do século XIX, onde um ator branco pintava o rosto para retratar de maneira cômica uma pessoa negra. E apesar de estarmos falando sobre um costume antigo, ainda vemos fantasias de "nega maluca" nos bloquinhos alheios.

Blackface na Celebração do Pete Negro, uma festa tradicional da Holanda.

2. Se fantasiar de mulher

Eu sempre achei ofensivo quando um homem se fantasia de mulher e nos representa de forma exagerada. Mas isso se aplica também a homens que se vestem de mulher zombando da comunidade travesti. Apesar de ser um país liberal, o Brasil é o lugar onde mais se mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Portanto, você pode não entender sobre identidade de gênero, mas tem o dever de respeitar a todos como seres humanos.

3. Serial Killers

A série da Netflix sobre Jeffrey Dahmer gerou alguns problemas fora das telas. Muitas pessoas se fantasiaram do serial killer para ir às festas de Hallowen do ano passado, gerando um grande mal estar em outros convidados. A polêmica foi tão grande que o eBay proibiu a venda de fantasias inspiradas em Jefrey Dahmer.

Eu sei que muita gente é aficionado por histórias de crimes reais, eu mesma sou uma dessas pessoas que gosta de acompanhar investigações, mas vamos ter bom senso né galera?! Respeito pelas vítimas em todos os sentidos.

Bônus; Também é importante evitar fantasias que tenham a ver com a pandemia pela qual passamos nos últimos dois anos, afinal, muitas vidas foram perdidas, não há motivo para envolver o Corona Vírus em festas alegres, assim como objetos que envolvam a situação da doença, como seringa e cilindros de oxigênio.

Para muitos leitores esse post pode ser mi-mi-mi, mas nós estamos vivendo em um momento que é necessário rever nossos conceitos, aprender a ser tolerantes e ampliar o sentido da expressão "respeito ao próximo". Existem várias opções de fantasias, basta um pouquinho de sensatez para que ninguém se ofenda e você possa curtir as festas com a consciência limpa.