3 Fatos Sobre a Maternidade

Em 2017 eu escrevi um post sobre frases que minha mãe dizia e eu passei a entender depois que me casei, então decidi complementar aquele artigo com esse, já que no ano passado eu me tornei mãe, e desde então aprendi muita coisa que preciso compartilhar com vocês!

Semana passada sofri um acidente doméstico e ele me fez refletir muito sobre três fatos em relação a maternidade.

O Tal do Amor Incondicional

O amor é um sentimento complicado, e ao se tornar mãe ele passa a ser ainda mais difícil de entender. Eu já amava o Ravi ao descobrir a gravidez, mas revirava os olhos quando alguém me dizia que todos os incômodos da gestação valeriam a pena depois que meu bebê nascesse, e essa foi a primeira língua que paguei, valeu a pena sim!

Não acho que uma mulher precise ser mãe pra se sentir completa e feliz, mas nenhuma outra coisa na vida pode te proporcionar o amor que se sente por um filho, ele é incondicional e inexplicável, é um amor que se sente, não se compreende.

Extinto Materno e Coisas Impossíveis

É normal surtar um pouco logo depois que um filho nasce, você olha para esse mini ser humano enrugado em seus braços e pesa sobre suas costas toda a responsabilidade de manter aquela coisinha fofa viva, a gente duvida de si mesma, mas acredite, o amor nos leva a fazer coisas impossíveis. Quando o Ravi nasceu, eu renasci e descobri que eu sou capaz de coisas que nunca achei que seria.

O mesmo amor incondicional que serve de combustível pra uma mulher se tornar mãe, também alimenta o extinto materno. 

O Ravi é um bebê de seis meses, e durante esse tempo eu sempre tomei muito cuidado com a possibilidade de uma queda, principalmente agora que ele aprendeu a rolar para os dois lados e ama fazer isso encima da cama, mas como disse no começo do post, sofri um acidente doméstico e infelizmente eu estava com o Ravi no colo quando tudo aconteceu. Eu escorreguei na cozinha, e apesar de pra mim ter durado uma eternidade, do escorregão ao chão deve ter se passado no máximo cinco segundos, tempo suficiente pra eu focar apenas no pensamento de não deixar o Ravi cair do meu colo, eu queria evitar que ele se machucasse, esse era meu objetivo e nada me faria derruba-lo, tanto que eu senti quando a patela do meu joelho saiu do lugar, mas eu segui firme com ele atrelado ao meu peito. Quando me vi no chão, gritei de dor, e logo em seguida o Ravi chorou por que se assustou com o meu grito. O choro dele me fez esquecer a dor e todo o resto, eu fiquei no chão até acalma-lo, mesmo que naquele momento eu também estivesse extremamente nervosa. O extinto materno é isso, colocar seu filho em primeiro lugar e dane-se todo o resto, o que inclui você também.

Se você não é mãe, o extinto materno pode parecer aflitivo visto de fora, afinal, como alguém que não está bem, pode cuidar de outra pessoa? Eu não sei a resposta pra essa pergunta, deve ser o amor agindo de novo, minha conclusão é que se o meu filho está bem, todas as outras coisas eu supero. O resultado do escorregão foi uma luxação no joelho, estou usando uma joelheira e não sei por quantos dias ficarei sem andar, mas eu estou me sentindo ótima por que o Ravi não sofreu nenhum arranhão.

Ameaça à Segurança de Nossos Filhos

Minha mãe sempre foi uma pessoa que evitou brigas e discussões, mas quando se tratava de mim e da minha irmã, ela nos defendia de forma determinada. Uma das memórias que tenho sobre isso foi quando a minha mãe brigou com uma vizinha por que ela nos ofendeu, aquele foi um dia que vi minha mãe fazendo barraco como ela nunca havia feito. Mas hoje eu entendo que quando algo ou alguém ameaça a segurança de nossos filhos a gente fica cega quanto às consequências e os defende com firmeza.

Eu não sou como a minha mãe, confesso que as vezes me falta autodomínio, e se a situação envolve a possibilidade do meu filho se machucar, eu o defendo com unhas e dentes.

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Não raro me pego pensando em como eu mudei com a maternidade, descobri sentimentos novos, me reinventei e talvez até tenha me tornado uma das melhores versões que eu poderia ser na vida. Também vivi mudanças físicas, meu corpo não é mais o mesmo e eu troquei os saltos altos da Schutz por sapatilhas baixinhas. Eu também já sofri muito, maternidade real não é romântica, ela é dura e requer sacrifícios, mas é do tipo que você se doa e fica realmente feliz por estar fazendo isso. 

Você pode olhar por fora e a mãe está "xoxa, capanga, manca, anêmica, frágil e inconsistente", mas por dentro ela está radiante por que talvez mesmo depois de tantas batalhas, ela vê o filho se desenvolvendo bem e com alegria, e isso a revigora.